sábado, 9 de outubro de 2010

Che Guevara: liberdade e luta

Che Guevara morreu, mas seu espírito de luta foi tão forte
que contagia multidões até hoje.

                                                                                           Google Imagens

Por Jéssica Pauletti (Ciências/Realeza)
      
Há 43 anos, no dia 9 de outubro de 1967, morria um dos mais célebres revolucionários que o mundo teve o prazer de conhecer, Ernesto Che Guevara de la Serna, ou simplesmente Che Guevara. Ele deixou sua marca registrada em suas jornadas e é lembrado até hoje por aqueles que lutam pelos ideais socialistas.

Nascido em 14 de junho de 1928, em Rosario, na Argentina, Che Guevara estudou medicina e gostava de fotografia, possuía um espírito aventureiro e principalmente democrático, e em busca de seus objetivos, percorreu vários locais. Na Europa, conheceu seu melhor amigo, Alberto Granado, e, no México, encontrou Fidel Castro, que o convidou para lutar na Revolução em Cuba. Che Guevara ganhou espaço e força ao lutar por sua nova pátria, consolidou-se como comunista, mesmo não pertencendo a esse partido.

Comandando as forças de guerrilha, Che se mostrou um autêntico líder, o que lhe proporcionou ainda mais confiança dentre os revolucionários, o que levou, entre outras coisas, à libertação de Cuba, em 1959. A partir disso, Che implementou práticas no governo como a implantação do Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA), do Departamento de Industrialização e, além disso, auxiliou na elaboração da Lei de Reforma Agrária.

Ciente de que a luta deveria continuar e que não podia se limitar a uma só nação, Che parte a outros países da América Latina, semeando a ideologia do “Socialismo utópico” (conjunto de idéias que se caracterizaram pela crítica ao capitalismo). Em seu caminho, encontrou simpatizantes e adversários. Sua história de luta e coragem é interrompida por fuzis na Bolívia, em um de seus enfrentamentos contra o imperialismo.

A semente de indignação lançada por Che persiste no coração daqueles que se deparam com as injustiças do capitalismo da sociedade moderna, na qual o ser humano se "coisificou", deixando as relações de poder dominarem suas atitudes. Como Che enfatizava: “É um grande esforço para o pobre obter o que lhe falta, e também um grande trabalho para o rico conservar o que lhe sobra”.

Os abusos do poder se dão de forma tão consistente que as pessoas nem ao menos têm condições de lutar por uma vida digna. Tanto pela falta de qualidade na educação, bem como pela falta de oportunidade no mercado de trabalho e precarização nos serviços de saúde, a sociedade se mantém no domínio da opressão.

Hoje muitos, a exemplo de Che, lutam de maneira forte e única por uma sociedade para todos e não para poucos, na busca da sobrevivência dos marginalizados. Exemplo disso é a formação dos sindicatos, que procuram dar as melhores condições aos trabalhadores, pois é por meio da mão-de-obra desse trabalhador que o progresso se concretiza.

O capitalismo intensifica a desigualdade econômica e humana, na qual o valor dos bens dita o horizonte em que se pode chegar. Isso se torna verdadeiro a partir do momento em que ficamos parados sem contestar a situação imposta à sociedade pelos dogmas do capitalismo e não tomamos as medidas para mudar a situação. A universidade é, então, um espaço onde os jovens estão aptos a construir seus sonhos e a fortalecer o ideal de construção e concretização de um horizonte igualitário.

Os desafios parecem atravessar o tempo, muda quem manda e quem obedece, mas os problemas só aumentam. Ficar parado a olhar esse fato parece decepar qualquer tentativa de mudança, de tolerância à opressão, mas jamais podemos perder a vontade de revolucionar, pois ações que movem uma pessoa são capazes de mover uma nação.

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