Handressa Louanne Rossi (História - Chapecó/SC)
Com o objetivo de proporcionar à comunidade acadêmica e à comunidade do entorno da UFFS mais acesso a filmes que contribuam para sua formação cultural e humana, o Cineclube Universitário exibe, mensalmente, desde o segundo semestre de 2010, no Campus Chapecó, “sessões de cinema”, às 16h. Essas sessões são seguidas de debate sobre pontos importantes do filme e contam com a participação de um convidado especial, escolhido de acordo com a temática do filme.
Muito mais do que simplesmente apresentar obras cinematográficas, esse projeto de extensão pretende integrar a sociedade e a universidade, explorar diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto e, também, modificar o modo como vemos o cinema, ou seja, passarmos de uma representação que o concebe como mero meio de lazer à produtor de cultura.
Ana Paula Wizniewski, acadêmica de Sociologia, na UFFS, bolsista do Cineclube, ressalta a amplitude dos diálogos gerados nos debates. “Estes abrem espaço para alunos de diferentes cursos refletirem sobre questões polêmicas que se referem a nossa realidade, e não são, necessariamente, divulgadas abertamente nos meios de comunicação. O Cineclube também é muito importante na integração da universidade com a comunidade”.
Os debates buscam deixar em cada expectador uma indagação, geralmente sobre as deficiências que temos nas mais variadas esferas da nossa sociedade. Ana Paula ressalta que “os filmes retratam fatos da nossa sociedade "preconceituosa", fatos esses que são abandonados por pessoas que, como disse François Laplantin, no filme “Entre os murros da escola”: 'além de serem cegos à cultura dos outros são míopes quando se trata da deles mesmo'.”.
Cinema integrado à educação não é sinônimo de mídia na escola, mas sim de novas possibilidades, de fazer com que através do cinema se percebam aspectos do nosso cotidiano. Um desses aspectos - o funcionamento de uma escola - foi exposto no filme “Entre os muros da escola”, exibido no último dia 24, no qual o professor não é visto como um herói que esta acima do bem e do mal, mas um ser humano que pode se equivocar, que aprende com seus erros e acertos, e não em busca de um final feliz, mas sim de superar as barreiras de cada dia.
Os filmes que o projeto exibe trazem propostas que vão além das comerciais, segundo um dos professores coordenadores do projeto, Eric Duarte Ferreira. Os filmes buscam envolver o espectador e refletir sobre os significados de viver em sociedade e de produzir bens culturais audiovisuais.
Contudo, esses filmes também devem ser analisados com delicadeza, ficando claro que nascem dentro de um contexto, a partir da opinião dos produtores, e não são 100% reais. Essa separação entre realidade e ficção é discutida pelo Cineclube durante o debate, de forma a integrar todos os participantes que, com certeza, saem das salas com a sensação de terem participado de uma aula multidisciplinar das mais valiosas.
Além das sessões de cinema, neste ano, o Cineclube vem com duas novas propostas: a) realizar oficinas de produção audiovisual em escolas da rede básica de ensino da cidade de Chapecó; b) promover um festival de vídeos independentes, com inscrições abertas para todos os tipos de gêneros de audiovisuais, bem como para diferentes formatos de captura (câmeras, celulares, máquinas fotográficas, etc).
Lembramos que o próximo filme também vem com a temática da educação, “Half Nelson”, com a participação do professor Antonio Alberto Brunetta, da área da pedagogia, para coordenar o debate. Tal exibição promete causar impacto e fazer muitos profissionais se identificarem com o professor Dan Dunne, mergulhado em um sistema que o impede de ensinar seu alunos a pensar por conta própria.
Todas essas informações - e muito mais - você encontra no blog do Cineclube e, ao longo do ano, também no Comunica, que vai acompanhar passo-a-passo os desafios culturais que estão nascendo junto com a UFFS, e que já estão rendendo ótimos frutos a ela.
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