segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vigilância Sanitária orienta prevenção da hepatite

Salões de beleza devem adequar-se às normas

Por Leandro Hillesheim (Medicina Veterinária/Realeza)

Nesta semana, o Comunica apresenta uma matéria de informação e esclarecimento para a população em geral, principalmente para quem reside em Realeza. O assunto abordado é decorrente dos comentários e notícias que circulam na cidade sobre a hepatite viral. Para melhor esclarecer a situação, entramos em contato com a Secretaria da Saúde e com a Vigilância Sanitária, que contribuíram com esclarecimentos.

Em entrevista concedida, a enfermeira Talita Tremer – responsável pelo setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde – explica que os casos detectados de pessoas infectadas com o vírus vêm crescendo desde fevereiro. “Neste ano, já ocorreram dois óbitos em decorrência das hepatites A e B juntas. No ano passado, tivemos um surto de hepatite A” Ela afirmou que a hepatite A é mais freqüente e menos grave, porém, pode ser fatal para 1% da população. O foco principal de prevenção é vírus da hepatite B.

A Secretaria da Saúde está orientando permanentemente as famílias que possuem membros portadores do vírus e, nessas famílias, é feito o exame para diagnosticar se todos estão imunes ou se a doença está se replicando. De qualquer forma, os familiares são vacinados, assim como os profissionais da saúde, gestantes e recém nascidos.

Quem falou a respeito da mobilização para a prevenção nos salões de beleza foi a bióloga da Vigilância Sanitária, Camila Eduarda Viana. Ela informou que a campanha é resultado de uma parceria entre Promotoria Pública, Vigilância Sanitária do município de Santa Isabel do Oeste e Vigilância Sanitária do município de Realeza. Num primeiro momento, a ação feita foi a convocação de todos os profissionais que trabalham na área de beleza e estética para que participassem de uma reunião com palestra, explicando como o vírus é transmitido.

A palestra, realizada no dia 26 de Outubro, contou com esclarecimentos de um farmacêutico bioquímico e de uma enfermeira de epidemiologia. Eles instruíram os profissionais para o cuidado com instrumentos pérfuro-cortantes, tais como: alicates, tiradores de cutícula e lâminas de barbear. Isso se justifica porque esses instrumentos são potenciais transmissores de doenças, como a hepatite e HIV.

No encontro, também foi esclarecida a legislação, a qual obriga os proprietários de salão de beleza a possuírem um esterilizador, ou, caso não o possuam, pedir que cada cliente leve materiais individuais. Também foi informado aos proprietários e profissionais não regulamentados que será feita uma vistoria em todos os estabelecimentos para conferir se estes estão adequados às normas. A Vigilância pretende iniciar as vistorias nas próximas semanas, com visitação de mais de 60 salões de estética e barbearias.

Questionada sobre a possível não aceitação dos proprietários de estabelecimentos e profissionais da área, Camila afirma: “A princípio, imaginamos maior, pois eles teriam que desembolsar dinheiro para fazer as melhorias. Mas eles aderiram à situação e falaram que, por não terem condições de comprar o esterilizador, eles exigiriam que cada cliente tivesse o kit.”

Camila ressalta que o município de Realeza não está com surto nem epidemia de hepatite, como há alguns comentários. Ela diz que, no ano passado, houve um surto de hepatite A, mas, nesse ano, os casos diminuíram. Quanto aos tipos B e C, apenas dois casos levaram à morte.

A hepatite é uma doença que pode ser perigosa dependendo do tipo e da gravidade. Por isso, medidas de prevenção devem ser tomadas: vacinar (no caso das hepatites por vírus A e B); usar água tratada ou fervida; lavar bem legumes, frutas e verduras; lavar bem as mãos após usar o toalete, antes de preparar os alimentos e de se alimentar; não compartilhar seringas e agulhas; usar preservativo nas relações sexuais; utilizar material de proteção, no caso de profissionais de saúde; realizar acompanhamento pré-natal para aconselhamento adequado e prevenção da transmissão; e evitar o uso abusivo de álcool, medicamentos e drogas.

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