Por Marina Maria Rodrigues e Patrícia dos Santos (Letras/Realeza)A biblioteca do Colégio 12 de novembro não é apenas um espaço para leitura, mas para o desenvolvimento do aluno. |
O Município de Realeza conta com apenas uma escola de Ensino Médio, o Colégio 12 de Novembro. Além de Educação Geral, o colégio oferece também ensino profissionalizante nas áreas de Formação Docente, Técnico Administrativo e Técnico em Informática. O colégio tem 75 alunos entre os turnos da manhã, tarde e noite.
O Projeto Comunica foi até a instituição para saber como a prática da leitura é aplicada aos alunos do Ensino Regular. O diretor Moacir Mardei Furtado comentou sobre a forma como isso vem sendo trabalhado com os alunos. Segundo o diretor, é mais fácil trabalhar a leitura com adolescentes que frequentam as séries finais do Ensino Básico, pois há um amadurecimento e maior interesse. Afirmou que apesar de não haver nenhum projeto de leitura no colégio, os professores trabalham a leitura em sala de aula. O diretor aproveitou o ensejo para dizer que a instituição se interessa em melhorar essa realidade com um futuro projeto de leitura.
A professora Valéria Barbiero vem trabalhando a leitura no Ensino Geral e também no Técnico Administrativo. Ela comentou sobre as dificuldades dos alunos que não tem o hábito de ler. Afirmou que ela mesma direciona a leitura das turmas. Seleciona os livros e leva para a sala de aula, pois há alunos que acabam levando sempre as mesmas obras pra casa. Segundo a professora, trabalhar a literatura brasileira em sala de aula é essencial, por isso é importante guiar o aluno na hora da escolha.
A biblioteca do Colégio 12 de Novembro é rica em obras não só da literatura nacional mas também internacional, inclusive clássicos e best sellers da atualidade. A variedade de opções incentiva o aluno a descobrir vários caminhos na leitura. Além do acervo literário, a biblioteca conta com um acervo de livros para pesquisa que é utilizado não só pelos alunos, mas pela comunidade realezense. O sistema de controle de empréstimos é informatizado, o que agiliza o processo tanto na retirada quanto na devolução dos livros.
A aluna Raquel Prott, 17, que acaba de ser aprovada no vestibular de Direito na UNIVEL em Cascavel, falou ao Comunica sobre sua paixão pelos livros: “Leio bastante, desde gibis até livros científicos. Meu maior incentivo desde muito cedo foi minha família, venho de uma família de leitores”.
Livros recolhidos
Uma questão importante explanada pelo diretor Moacir foi o recolhimento de algumas obras literárias da biblioteca do colégio: “Tivemos um caso em que a aluna levou o livro para casa e, durante a leitura, verificou que continha palavras de baixo calão, o que resultou na vinda da própria mãe ao colégio para verificar juntamente à direção o que poderia ser feito”. Os livros foram enviados pelo MEC no início do ano, porém, a direção acabou os recolhendo pois julgou que estes contém expressões inapropriadas para a idade dos leitores a que se destinam.
Dentre as muitas obras recolhidas estão “O cobrador” de Rubem Fonseca e “A mulher que escreveu a bíblia” de Moacyr Scliar. Um fato interessante é que ambos são livros cobrados em vestibulares: o primeiro pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) neste ano e o segundo pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em 2008.
Este não é o primeiro caso em que livros são retirados das prateleiras por instituições que entendem que estes são inapropriados para o ensino. No Estado de São Paulo em 2009, a Secretaria da Educação determinou o recolhimento de 1.216 exemplares de um livro destinado à Educação Infantil, “Dez na área, um na banheira e ninguém no gol”, composto por onze histórias em quadrinhos sobre futebol. Segundo a VEJA em publicação on-line de 19/05/09, o livro “continha frases de conteúdo sexual e de duplo sentido”, não apropriados para a faixa etária a qual foi indicado.
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