terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ensino de Línguas Estrangeiras: um passaporte para o futuro

CELEM: Curso de Língua Espanhola é oferecido gratuitamente nas escolas públicas

 Por Josiane Ribeiro (Letras/Realeza)

O CELEM, Centro de Línguas Estrangeiras Modernas, é ofertado gratuitamente nas escolas estaduais de educação básica aos alunos, professores, funcionários e também à comunidade como um curso extracurricular. No estado do Paraná, o CELEM trabalha com os idiomas: espanhol, inglês, alemão, francês, mandarim, polonês e ucraniano.

Professores e funcionários da rede pública podem frequentar as aulas do CELEM, aos quais são disponibilizadas 10% das vagas. Já para os membros da comunidade que comprovem ter no mínimo ensino fundamental inicial completo são ofertadas 30% das vagas.

Na cidade de Santa Izabel do Oeste é ofertado, desde 2006, o espanhol nos períodos vespertino e noturno no Colégio Estadual Guilherme de Almeida (CEGA). Os alunos, em sua maioria, estudam no outro período e frequentam as aulas, com duração de duas horas, durante dois dias.

O ponto de vista docente

Ter o espanhol na grade curricular do Ensino Médio em escolas públicas e particulares tornou-se obrigatório a partir da Lei nº 11.161, de 8 de agosto de 2005, e o CELEM entra como uma opção para as escolas. No CEGA, tiveram início em 2006 as aulas de espanhol já com duas turmas, bem como na Escola Estadual Marquês de Maricá (EEMM).

Hoje, porém, o principal problema encontrado dentro da escola é a evasão, fato que se estende às aulas de espanhol. No Paraná, segundo a professora Mirian Fatima Santin, responsável pelo CELEM no CEGA, cerca de 25% a 30% dos alunos que iniciam se formam. Em sua maioria esses alunos são do ensino médio, em especial do terceiro ano que, ao iniciar o curso superior, veem dificuldade em conciliar as aulas e acabam por desistir. Outro grupo delicado são os alunos da formação de docentes que, por frequentar os estágios no período contrário, também sentem dificuldade em estar por mais dois dias no colégio. O mais comum ainda é que ocorra evasão por motivos econômicos, visto que o aluno deixa de estar presente nas aulas para passar a contribuir nas despesas domésticas com seu trabalho.

Conforme a fala da professora Mirian, outra alternativa para atrair o aluno às aulas seria utilizar as novas tecnologias como substituição ao Livro Folhas oferecido pelo governo, “levando histórias em quadrinho, trabalhando os desafios contemporâneos, a consciência política, tiras da Mafalda que têm textos críticos e acabam envolvendo o aluno; e através da formação continuada hoje se trabalha bastante o ensino de línguas através dos gêneros textuais”. Outra medida seria conversar com o aluno, o que acontece em muitas vezes é que “ele termina nos desarmando com seus argumentos: não posso, estou trabalhando, preciso ajudar minha família”, faz parte da realidade de muitos dos jovens de hoje, que infelizmente, nesse caso acabam por abandonar as aulas de espanhol.

Uma grande característica presente nas turmas de espanhol é a diferença de idades entre os alunos, onde se tem desde pré-adolescentes no auge dos seus 12 anos até adultos com 53 anos, destacam-se ainda os adolescentes que ocupam mais da maioria do total. Para a professora Mirian é necessário “mais critérios ao selecionar o conteúdo em si, a análise linguística é a mesma, mas o modo de conduzir é outro, mesmo porque eu tenho alunos que já conhecem aquele conteúdo em língua portuguesa e transferem o aprendizado para a língua espanhola, e existe aquele que não viu o conteúdo”.

O discente

Ou para aperfeiçoar o idioma ou visando um melhor futuro, o espanhol surge na vida dos alunos como um passaporte para o futuro.

Para Marilene Dornelas Flech, aluna do primeiro ano noturno do CELEM no CEGA, o espanhol surgiu como um modo para aperfeiçoar a escrita “eu tinha bastante saudade de acompanhar a matéria”. Marilene morou por alguns anos no Paraguai e teve contato com a língua durante esse período, seu contato com o espanhol trouxe também dois frutos, suas filhas Michelle Gabriela Dornelas Flech, aluna também do primeiro ano noturno no CEGA, e Iury Achiney, que está no segundo ano na Escola Estadual Guilherme de Almeida no período vespertino. Para Michele, 12 anos, acredita que “talvez quando eu for maior eu precise dele e ganhe uma vaga a mais que outra pessoa que não tem”; essa é a mesma opinião de Neide Eudacia Stefanski Hrabar, que também com 12 anos cursa o segundo ano noturno do CEGA.

O convívio com a língua espanhola ajuda, por exemplo, a compreender e entender filmes, e conforme Antonia Salete da Silveira, o CELEM “não é uma faculdade, mas ele te abre caminhos”. Antonia Salete tem 53 anos e concluindo o curso demonstra interesse em dar continuidade a esse estudo.

Novos projetos

Oferecer a Língua Inglesa juntamente com a Espanhola é um objetivo dos professores de inglês da cidade. Alguns já estão buscando que esse desejo seja de fato concretizado, como é o caso das professoras Carmen Pezenti Bacin e Marizete Baldin, professoras de Inglês do Ensino Fundamental e Médio que demonstram grande interesse na implantação do Inglês nas escolas públicas de Santa Izabel do Oeste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário