sábado, 18 de dezembro de 2010

Um ser especial em nossas vidas


O símbolo das APAEs significa amparo e proteção a todas
as pessoas portadoras de alguma necessidade especial.

Por Jéssica Pauletti (Ciências/Realeza)

O dia da criança especial é comemorado em 09 de dezembro, mas esta data também procura lembrar não só as crianças, como todas as pessoas especiais, portadoras de alguma necessidade. Devido à tamanha importância da data, o Comunica se dirigiu até a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Realeza para conversar com a coordenadora daquela instituição, Sônia Maciel de Souza. Ela destacou questões sobre quem são os profissionais envolvidos com os alunos, bem como sobre as oficinas que são trabalhadas lá e, ademais, sobre a importância dos acadêmicos da UFFS estarem mais próximos da realidade dessa escola e de seus alunos.

A APAE deste município é chamada de Escola de Educação Especial Primavera, tem 24 anos de existência, conta com 86 alunos (de bebês até adultos), oriundos da cidade e do interior. A rotina dos alunos começa a partir do momento em que o ônibus, devidamente equipado, passa nas casas, ou próximo a elas, para buscá-los. Já na escola, eles permanecem até às 9:00h em sala com atividades pedagógicas. Depois disso, são destinados 25 minutos para o intervalo e, após, retornam à sala até às 11:30 horas, quando, então, voltam aos seus lares. A tarde acontece o mesmo processo, com outros alunos.

Os profissionais que trabalham com esses educandos são vários, mas necessários. São cerca de 16 professores, 2 fonodiólogas, 2 fisioterapeutas, 1 terapeuta ocupacional, 1 psiquiatra e 1 assistente social. Depedendo da característica do aluno, eles são dispostos nas salas. Dessa forma, há aqueles que cursam o ensino fundamental regular, outros desenvolvem atividades como educação física, artes e jogos de xadrez, e, ainda, existem os bebês, cujas atividades se baseiam no desenvolvimento motor e da visão.

A escola dispõe de oficinas chamadas de "protegidas terapêuticas" (educação profissional), cada uma das oficinas é trabalhada por turmas específicas. Há 2 turmas que são destinadas a cuidar da jardinagem, uma fica mais na estufa e a outra toma os cuidados com o pátio. Um outro grupo ainda participa da oficina de malharia, na qual são feitas camisas com estampas, de maneira artesanal. Há ainda, aqueles que produzem materiais de crochê, tricô e tapetes e aqueles que fazem a foração de caixas, reutilizando papéis que poderiam ir pros lixões. E, por fim, existe um grupo de dança que se apresenta tanto na escola como em eventos externos.


Mudas de flores que são cultivadas e cuidadas pelos próprios alunos da APAE.

A coordenadora Sônia frisa: “todas as pessoas têm direitos iguais, mesmo que alguns sejam especiais. Os trabalhos com esses indivíduos são mais lentos, precisam ser minusiosos, e existe a necessidade de encontrar formas e recursos diferentes para ensinar, mas tudo isso é recompesador", lembra a coordenadora.

A APAE recebeu auxílio da prefeitura municipal, por meio da doação do ônibus adaptado e dos serviços de um motorista. A escola ainda conta com uma parceria com o posto de saúde, que disponibiliza atendimento sempre que necessário. Há também um grupo de cidadãos da sociedade realezense que desenvolve o papel de sócio-contribuinte, doando R$ 10,00 por mês. Dessa forma, esses cidadãos passam a ter o direito de participar nas reuniões, ou seja, interagir diretamente com a instituição.

Ao final da conversa, a coordenadora Sônia ressaltou que é preciso um envolvimento assíduo dos acadêmicos da UFFS com a APAE do município. Isso vai proporcionar motivação para os alunos dessa escola e uma nova visão da comunidade sobre os universitários. O Comunica entende que esse trabalho vai enriquecer tanto a formação acadêmica do aluno da UFFS, como a formação de um cidadão que aprenda a conviver com as “diferenças” que, aos nossos olhos, são insignificantes perto do talento que essas pessoas especiais conseguem demonstrar.

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