Em uma sociedade em que o capital guia o viver de muitos cidadãos, constantemente somos induzidos a optar por sentimentos egoístas. Portanto, estamos rodeados por uma sociedade defensora do individualismo. Nesse contexto, torna-se difícil discutirmos e, até mesmo, vislumbrarmos ações voluntárias, desprendidas de segundas intenções. Dessa forma, há a constituição de uma sociedade fragmentada, na qual a ajuda mútua fica em segundo plano. Podemos observar isso em todos os casos de que necessitam de transfusões de sangue, e não conseguem por falta de pessoas comprometidas com o bem do seu próximo.
Inúmeras vezes as pessoas são incentivadas a ter uma visão umbilical dos problemas do mundo, através de modismos que incessantemente preenchem o dia a dia de coisas vazias. Desenvolver um trabalho voluntário, doar sangue, contribuir com o bem estar social, faz muito bem, tanto ao doador quanto ao receptor. Toda vez que fazemos algo objetivando o benefício de outrem, sem esperar algo em troca, estamos colaborando não só com o outro, mas, também, com nós mesmos.
Um serviço comunitário, o qual deve ser embebido de sentido e compromisso, faz com que muitas ações simples possam transparecer múltiplos sentidos quando observadas mais detalhadamente. Muitos daqueles que doam sangue e fazem serviços voluntários carregam junto de si a identidade e o verdadeiro amor altruísta. Essa pessoa ama alguém, a algo, como se fosse outro eu.
Todo doador de sangue tem a missão de dar continuidade à teia da vida, na qual muitas pessoas são salvas por meio de ações simples, mas carregadas de significados e sentidos. Os bancos de sangue são regularmente solicitados para que atendam e supram a necessidade de transfusões, sustentadas por intermédio de doações comprometidas e honestas, em que as pessoas têm consciência de que estão salvando vidas.
O ser humano é um ser social, e deve comprometer-se com o desenvolvimento da humanidade como um todo. Ele deve resgatar e revigorar constantemente sua identidade social por meio de ações desprovidas de sentimentos fúteis, interesseiros, que depredam a imagem de uma sociedade mais igual e humana construída com a participação de todos.
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