quarta-feira, 16 de maio de 2012

“Oficina de chimarrão”


Por Vanessa Pagno (Ciências Naturais/Realeza)  
“Oficina de chimarrão”. Assim ficou conhecida a interação entre o Professor Ms. Carlos França e alguns alunos da 3ª fase do Curso de Licenciatura em Ciências da UFFS/ Realeza. Esta interação aconteceu no último dia 11 de maio de 2012, durante o intervalo da aula de Tecnologias da Informação e Comunicação no Ensino de Ciências, lecionada pelo Professor Carlos.

Essa interação foi improvisada pela turma a fim de mostrar ao professor Carlos como é a preparação do chimarrão. O acadêmico Ederson Longaretti trouxe a erva e as acadêmicas Diana Bamberg e Sidnéia Tatiane Pless trouxeram a cuia, a bomba e água quente. A turma ainda levou doces e salgados para acompanhar o chimarrão.

                                                             Diana Bamberg/Ciências UFFS


Professor Ms. Carlos França provando, pela primeira vez, 
uma cuia de chimarrão

Carioca, o professor Carlos pôde ver como o chimarrão é preparado e prová-lo pela primeira vez, tendo um primeiro contato com esse costume sulista. Em entrevista ao Comunica, o professor conta que ficou surpreso com a “oficina de chimarrão” organizada pela turma, pois “não imaginava que fosse acontecer uma oficina de chimarrão tão rápida e quase que didática”. Quase didática porque, durante a oficina, o professor fez diversas perguntas sobre o preparo do chimarrão.

Ele frisa também que essa inserção na cultura sulista foi bem diferente, pois, durante a interação, a turma fez um processo de inclusão sócio-cultural bem interessante e que, sem dúvidas, ficou muito feliz.

Como chegou há pouco tempo em Realeza, o Professor Carlos conta que ainda não se habituou totalmente com a cultura sulista, pois como no Rio de Janeiro tudo era imprevisível e corrido, diferentemente de Realeza, que é uma cidade muito calma. “Eu costumo dizer que Realeza é uma cidade cenográfica, onde tudo flui com perfeição e num ritmo bem cadenciado. Parece cenário de novela épica, com um povo acolhedor e ordeiro” completa.


“Chimarrão”: como tudo começou...  
Muitas lendas contam como a tradição do “chimarrão” surgiu, mas descreveremos apenas uma. Acredita-se que um velho índio, já cansado de tantas andanças, decidiu ficar na tapera e esperar pela morte. Sua filha mais jovem, Jary, decidiu ficar com ele, ao invés de seguir com a tribo. Um dia, um pajé desconhecido, a fim de recompensá-la por cuidar de seu pai, disse a Jary que pedisse algo que a fizesse se sentir feliz. Ela nada pediu, mas seu pai sim. Ele pediu algo que pudesse renovar suas forças para seguir em diante e levar Jary ao encontro da tribo. Então, o pajé lhe entregou uma planta muito verde, e disse-lhe que plantasse, colhesse as folhas, secasse ao fogo, triturasse, colocasse num porongo com água quente e depois bebesse.

Assim, surgiu esse costume difundido até hoje em alguns países do sul da América do Sul, como no sul do Brasil, em parte da Bolívia, Chile, Paraguai e, principalmente no Uruguai e na Argentina. O “chimarrão”, também chamado de mate amargo, é um termo oriundo da palavra castelhana cimarrón, que designa o gado que retornou ao estado de vida selvagem.

No Brasil, essa tradição é muito difundida principalmente pelos gaúchos, pois o clima frio da região propicia o uso dessa bebida que é passada de mão em mão em conversas durante a semana e como acompanhante do churrasco do final de semana. Para sua preparação é preciso de uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água quente.

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