Por Marília Spingolon
Curso Letras - Chapecó
A educação é o primeiro passo para a emancipação do indivíduo. Para que nossos futuros alunos tenham por direito uma educação de qualidade, a formação acadêmica de seus professores deve ser pensada de modo a promover cidadãos formadores de opinião capazes de reconhecer na sala de aula, o ponto de partida para a conquista de sua autonomia.
Embora ainda tenhamos alguns semestres de trajetória até o término da graduação, a experiência do contato com a docência, já pôde ser vivenciada por alguns estudantes. Para compartilhar esta experiência a acadêmica do curso de Letras Português e Espanhol Ariele Eidt nos conta como está sendo seu primeiro contato com alunos de segundo grau de uma escola pública estadual, quais as expectativas que possui e quais as dificuldades que vem enfrentando na atividade de ensinar.
Segundo ela a experiência é desafiadora, a estudante relata que a principal dificuldade que encontrou talvez tenha sido o fato de assumir as aulas já em andamento, mas que aos poucos está superando os desafios encontrados com o auxílio de seus livros e de trabalhos realizados na universidade. Ter quase a mesma faixa etária dos alunos, também facilita a proximidade entre professor e estudante, comenta a professora, de modo a promover maior interação durante as explicações.
Ariele reforça ainda que a experiência é gratificante embora trabalhosa, assim como ocorre nas demais profissões. Mas que em especial no campo educacional o trabalho é sempre constante, difícil se desligar dele mesmo não estando na escola, e comenta do tempo necessário para a preparação das aulas, do interesse dos alunos em aprender outra língua, ou mesmo de frequentar o ambiente escolar. A estudante verificou em seus diários a ausência constante dos alunos, e nas primeiras avaliações pôde constatar o pouco tempo que é despendido pelos alunos ao estudo e a leitura o que revela um problema à nível nacional.
A mais nova professora contratada em caráter de urgência pela necessidade da escola ressalta também que depende de nós, futuros docentes, a tarefa de fazer com que nossos aprendizes se aproximem cada vez mais do ambiente escolar, reconhecendo nele a importância e o prestígio que possui. Ariele enfatiza que as atividades propostas em sala precisam apetecer aos estudantes de modo que as aulas não se tornem monótonas, e que levando em conta tudo isso, a docência está sendo um desafio interessante, reflete a acadêmica/professora.
Para estabelecer maior contato com as expectativas da docência, entrevistamos a estudante Daiane Zamoner, licenciada em Letras Inglês pela Unochapecó, e que inicou suas práticas de aula ainda no segundo período da primeira graduação. Segundo ela a experiência foi excelente, sentia que na escola do interior em que trabalhava os alunos tinham realmente respeito pelo professor, e comprometimento quanto às propostas de trabalho em sala, e ainda que os recursos fossem escassos como acessos a tecnologias, informação e mesmo materiais de apoio como livros, a relação entre aluno e professor era ótima. Sentia que o conhecimento era compartilhado de tal forma que se tornara mútuo entre ela e seus alunos. Aprendeu muito nesta época, e relata que se pudesse voltar atrás com a experiência e os recursos tecnológicos existentes hoje as aulas seriam ainda mais proveitosas.
Ao fazer parte de um projeto de iniciação científica financiado pelo PIBID os estágios iniciaram e no oitavo período, já participando de um projeto de extensão, teve a oportunidade de começar a trabalhar em uma escola de idiomas, paralelamente com algumas aulas que ministrava no estado ou no município, a estudante aponta algumas diferenças entre o ensino publico e o ensino particular.
Hoje, Daiane não se vê fazendo outra coisa que não dar aulas, e ressalta que o mais gratificantes nesta profissão é ver os alunos aprendendo, se desenvolvendo, enriquecendo seu vocabulário. Quando trabalhava no estado não via essa interação. Por ser contratada em caráter temporário, nem sempre ao iniciar uma atividade conseguia concluir, além disso, a falta de interesse dos alunos, a falta de acesso às tecnologias, acessibilidade de informação, leitura, materiais didáticos, também prejudicava sua atuação como professora de língua inglesa.
O material como cópias, fora muitas vezes subsidiado por ela mesma pela impossibilidade da escola. Daiane comenta ainda sobre a impossibilidade de usar o idioma em sala de aula pela falta de compreensão dos estudantes. Outro fator apresentado pela acadêmica é que nas escolas públicas as turmas são grandes, desniveladas, e alguns têm facilidade para aprender e outros não, alguns estão interessados em aprender e outros não.
Conhecer as limitações dos alunos, no curso de línguas e na sua própria língua, se revela uma saída eficiente para poder desenvolver uma atividade mediadora que facilite a aprendizagem sem baixar o nivel e a qualidade do conteúdo ministrado. Limitações de planejamento de aula no município ou mesmo no estado, com a visão conteudísta e a questão dos gêneros textuais a serem trabalhados na sala de aula, também eram desafios para a professora.
Para finalizar, Daiane retrata a importância de a escola adotar uma filosofia e assumir o papel de mediadora, levando em conta as necessidades dos alunos, ouvindo os professores e agindo democraticamente para a construção do saber, e que em se tratando de ações diretas para o bom desenvolvimento das aulas, parte considerável dos problemas enfrentados em sala, seriam resolvidos se os alunos lessem mais Missão esta despendida dos esforços de seus mestres, portanto nos cabe a missão de ensinar e provocar no aluno a vontade de aprender e se tornar um cidadão com plenas capacidades de enfrentar a realidade com o único bem que jamais lhe será tomado, o conhecimento.
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