quarta-feira, 5 de outubro de 2011

“Erechim para quem quiser ver, discutir e intervir”

Por Selí Teresinha Leite (Geografia-Licenciatura/Erechim)

Juçara Spinelli, professora da UFFS/Erechim, é graduada em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (1994); mestre em Planejamento Urbano e Regional (1997) e doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua principalmente na área de Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Técnicas de Análise Urbana e Regional (Fonte: Currículo Lattes).

Na UFFS-Erechim, Juçara Spinelli, juntamente com outros professores, técnicos e bolsistas, faz parte do conselho do projeto “Erechim para quem quiser ver, discutir e intervir”. Segundo ela, “diante da precariedade de registros com informações sócio-ambientais da cidade, este projeto é de suma importância para a comunidade e principalmente para os servidores que na grande maioria são de outros lugares e sentem falta de dados mais concretos”.


A proposta do projeto é que, a partir da apresentação dos dados levantados pelos participantes, aconteçam debates para discutir o espaço urbano, seus usos e ocupações. Posteriormente, os integrantes do projeto preveem, através de parcerias, a coleta, a sistematização, a exposição, a promoção de novas discussões e, por fim, a elaboração de um caderno digital com os resultados.

No mês passado, setembro, ocorreu a II Exposição Temática e o II Ciclo de Debates do referido projeto. Nesse encontro, estiveram presentes: representantes de Associações de Bairros, Secretaria Municipal da Habitação, Instituições, Entidades, Institutos, Caixa Econômica Federal, além de acadêmicos de vários cursos da UFFS-Erechim.

Para esta II Exposição e II Ciclo de Debates, os participantes do projeto criaram mapas do perfil de alguns tópicos pertinentes da cidade de Erechim, entre as quais: mapa com número de habitantes, mapas dos bairros, mapa de densidade demográfica e também de extremos de renda. Nesses mapas, pode-se perceber que a população de renda alta está localizada no centro e a de renda baixa, nos extremos, linha férrea, Brs e periferias. Além da exposição e discussão dos mapas, também foram apresentadas algumas considerações sobre: a questão da habitação em Erechim e o déficit quantitativo e qualitativo; o acesso à terra; os problemas fundiários e mercado imobiliário (domicílios vagos, locação de imóveis); planejamento territorial; mobilidade; transporte urbano e serviços públicos. Na sequência, os integrantes do projeto fizeram uma breve discussão sobre o modo como o acesso a terra e a moradia urbana estão sendo tratados em Erechim, bem como, uma discussão sobre como as pessoas percebem o lugar e o quanto elas conhecem da cidade de Erechim.

Por fim, foram levantadas algumas situações críticas que precisam ser repensadas, tais como:
a) a reflexão sobre as mudanças na cidade: com o crescimento urbano precisa-se repensar a dinâmica fundiária e imobiliária urbana;
b) a reflexão sobre o direito à cidade e a moradia;
c) a análise sobre a demanda e a oferta de imóveis; sobre a infra-estrutura e os serviços urbanos;
d) a reflexão sobre o impacto das políticas públicas e seu real significado para os habitantes.

Essas e outras questão serão discutidas no próximo encontro, que está previsto para a segunda quinzena de novembro. Tema do próximo encontro: “Avaliar como os espaços públicos estão sendo distribuídos”.

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