sábado, 8 de outubro de 2011

Ainda há muita discriminação ao sexo feminino nos livros didáticos

A professora Neide conta que, apesar de mudanças, ainda há preconceito de gêneros nos livros         didáticos

                                      Vanessa Pagno/Comunica
Professora Neide, coordenadora do projeto de extensão
Análise de livros didáticos de LínguaPortuguesa para o
 Ensino Fundamental (3º e 4º ano) na perspectiva de gênero

                                    
Por Vanessa Pagno (Ciências/Realeza)

Conversamos com a professora Neide Cardoso de Moura, doutora em Psicologia Social, que leciona as disciplinas de Didática e Educação e diversidade na UFFS campus de Realeza. Ela está desenvolvendo, neste segundo semestre, um projeto de extensão voltado para a análise de livros didáticos. Neste projeto, a professora objetiva analisar os livros didáticos nas perspectivas de gênero.






 Comunica: Qual é a temática do seu projeto de extensão?

Professora Neide: O meu projeto de extensão é a análise de livros didáticos nas perspectivas de ideologia de gêneros.

Comunica: Por que você escolheu essa temática?

Professora Neide: Eu escolhi essa temática porque, na verdade, ela foi e continua sendo a minha temática de pesquisa. Por quê? Por causa do meu doutorado. Bom, a minha tese de doutorado foi análise das relações de gêneros dos livros didáticos de língua portuguesa do 4º ano, ou 5º do ensino fundamental.

Comunica: Foi a sua experiência na alfabetização de crianças que a levou a se interessar por esse assunto?

Professora Neide: Não, não foi por causa da alfabetização, foi por conta das aulas de metodologia de língua portuguesa que, na verdade, ao alfabetizar eu percebia grandes problemas nos livros didáticos que eram entregues nas escolas, foi por isso que eu me interessei.

Comunica: Há quanto tempo você investiga a temática de gêneros nos livros didáticos e quais resultados já obteve?

 Professora Neide: Há oito anos. Olha, na tese de doutorado nós [a professora e sua orientadora] chegamos à seguinte decisão: houve mudanças, mas ainda há muitas permanências com relação à discriminação em relação ao sexo feminino.

Comunica: Em que sua formação auxilia você a pensar esta temática?

Professora Neide: Veja, eu fiz mestrado em psicologia da educação e fui falar sobre a formação docente e trabalhei durante nove anos num curso de formação específica para o magistério, CEFAM, e, é um curso que só o estado de São Paulo oferecia, sempre na área de alfabetização, sempre analisando cartilhas e livros didáticos, então a vida profissional e acadêmica acaba te encaminhando para um foco de pesquisa que mais te atrai.

 Comunica: O projeto tem algum bolsista? De que curso?

 Professora Neide: Tem, tem uma bolsista, a Neiva Dalmolin, que é de Ciências e tem uma voluntária, Alessandra Mara de Lima, que também é de Ciências.

Comunica: Qual a importância da participação desses alunos no projeto para a sua formação acadêmica?

Professora Neide: Pra eles, porque a gente vai mergulhar, nós já estamos num processo de mergulhar, na parte teórica. Então elas estão vendo, por exemplo, pesquisas que falam sobre os livros didáticos, sobre gêneros, e, como o curso é de Ciências, eu acho imprescindíveis essas abordagens com relação à discriminação e preconceito.

Comunica: Em que escola o projeto será desenvolvido?

Professora Neide: Nas escolas Doze de Novembro e Jucelino Kubitschek.



Nenhum comentário:

Postar um comentário