Por Andrei Vanin (Filosofia/ Erechim)
No último sábado do mês de março, dia 31, o Programa Sinestésicos exibiu dois filmes: Gritos e Sussurros e Saraband, do diretor sueco Igman Bergman. A película Gritos e Sussurros, de 1973, relata, em 90 minutos, a vida e a morte na relação de três irmãs: Maria (Liv Ullmann), Agnes, a irmã doente (Hariett Anderssen), e Karin (Ingrid Tulin). Além das irmãs, uma personagem sempre presente é a “empregada” da família, Anna ( Kari Sylwan). Elas convivem em uma casa de campo e Agnes está enferma, precisando receber os cuidados de suas irmãs e de Anna. Ao longo da narrativa, a película vai ressaltando o ódio e a incomunicabilidade entre a família.
Sessão Bergman, com fotos de Gustavo Camargo |
Sessão Bergman, com fotos de Gustavo Camargo |
Após a exibição do filme, houve uma conversa com o professor Thiago Leite. Ele ressaltou o aspecto da falta ou do medo do corpo e do "toque", citando uma cena do filme onde Maria corta-se com vidro para não sentir o toque do marido. Ainda ressaltou o conceito de má-fé de Sartre, bem como o contraste das cores vermelho e branco e sua relação com outras dicotomias: gritos e sussurros, carinho e repugnância, etc. O debate foi muito produtivo, com várias perguntas das dezenas de pessoas que estavam presentes.
O professor Thiago Leite comenta Bergman. Foto de Gustavo Camargo |
Após o debate, a sessão Bergman continuou com a apresentação de outro filme do diretor, Saraband. A película mostra a visita de Marianne (Liv Ullmann) e Johan, seu ex- marido (Börje Ahlstedt) em uma bela casa de campo após 30 anos sem se verem. Ali, Marianne conhece o filho do Johan, Henrik (Erland Josephson) , e seu amor quase que possessivo por sua filha, Karin (Julia Dufvenius). Ela irá presenciar o ódio e repugnância que Johan tem por seu filho, e o medo que Henrik tem de perder sua filha.
Com duas “obras de arte” de Bergman, o Sinestésicos fez o sábado de tarde ter um cheirinho de cultura e uma exibição de gala do cinema. Com a venda de produtos do sebo do Ruído Coletivo e a presença de várias pessoas (acadêmicos, professores, comunidade externa), a sala de exibição do filme ficou lotada, com olhos grudados na tela e ouvidos atentos para conseguir captar os detalhes e a beleza dos filmes exibidos. Dois filmes, um debate: tudo para conseguir um vislumbre da linguagem cinematográfica de Bergman.
O Sinestésicos, porém, não para. Não percam a próxima atividade: Partilhando Leituras, no dia 14 de abril, às 16h30min, apresentando e discutindo o texto A Caverna, de José Saramago. Acompanhe o blog, (http://sinestesicosuffs.blogspot.com.br/), siga o Twitter, curta o Facebook.
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