Dois pontos de vista que se unem em um único sentido: a interpretação.
Por Josiane Ribeiro (Letras/Realeza)
Na noite do dia 15 de setembro, quarta-feira, nas dependências da Escola Estadual Dom Carlos Eduardo, em Realeza, foi desenvolvida a palestra sobre “La regulación de la información narrativa en la literatura y en el cine: Apuntes sobre el narrador y la focalización” pelo professor Selomar Claudio Borges (graduado em Letras – língua espanhola e literaturas pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde atualmente cursa mestrado em literatura).
Por se tratar de uma palestra direcionada especificamente para acadêmicos do Curso de Letras, o espanhol foi o idioma empregado pelo palestrante.
Como estratégia para abordar a teoria, Borges explorou duas obras: “Pequeña historia policial”, uma novela escrita dentro da prisão por Carlos Liscano entre 1970 e 1985, e o filme “Amores Perros” do diretor Alejandro González Iñarritu, que apresenta cenas de violência, amor, traição e tristeza com roupagens diferentes e que se unem ao final por um acidente que, ao mesmo tempo em que encerra, dá também início à trama. Estas obras foram utilizadas para exemplificação de narrador presente ou não em um texto, seja este escrito ou em áudio-visual, assim como para avaliar a sua importância para a interpretação do leitor e/ou espectador.
De acordo com o palestrante, um texto possui dos tipos de vozes: in, desenvolvida por um personagem e off, quando a história é contada por um narrador. No cinema, tem-se outra visão. A imagem é selecionada, recortada e editada por uma equipe, fenômeno também conhecido como focalização, ou seja, tem-se uma imagem e seleciona-se o que será mostrado, ou seja, qual será o seu foco. Ao espectador cabe a tarefa de tentar descobrir a presença ou não deste narrador.
Ao ser questionado sobre como vê a computação gráfica no cinema e sua relação com o texto escrito, Borges afirma que: “nos dois casos se está contando a narrativa, as técnicas utilizadas no cinema fazem com que o efeito fique mais real”.
Ao final da palestra não faltaram elogios por parte dos acadêmicos presentes, não só pela desenvoltura do professor, mas também pelo conteúdo trabalhado, tendo em vista que o modo como Borges expôs seu material superou as expectativas. Ao final, o palestrante afirmou: “fiquei muito contente com o convite para estar presente hoje aqui” e ao ser questionado sobre o tema da palestra informou que “trata-se da minha pesquisa na UFSC, então pude trabalhar com o que gosto, quanto ao filme, o professor Marcos (Língua Espanhola na UFFS – Realeza) me passou, e pelo que soube foi trabalhado em sala (...) acredito que isso facilite o entendimento por parte dos acadêmicos”.
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