A palestra tratou das relações de gêneros que se encontram nas famílias do campo, a qual pode ser considerada um forte indício da saída do jovem do campo. |
Por Jéssica Pauletti e Will Cândido (Ciências/Realeza-UFFS)
Foi realizado na UFFS/Realeza o I Seminário sobre a Juventude Rural no Século XXI, que aconteceu do dia 01/06/2011 ao 03/06/2011. Os principais temas debatidos giraram em torno do êxodo ou permanência dos jovens no campo. Esses temas envolveram questões como a dicotomia do jovem urbano e campesino, a forma como a educação no campo é feita, as divergências de gênero presentes nas famílias e a força que o agronegócio impõe sobre os agricultores, desanimando-os diante da sua profissão.
Na noite do dia 01, na Casa da Cultura, realizou-se a cerimônia de abertura do seminário com a fala do diretor do campus Prof. Dr. João Alfredo Braida, o qual elogiou o acontecimento desse seminário, visto que grande parte dos acadêmicos da UFFS são filhos de agricultores.
As palestras de quarta à noite discutiram assuntos que envolveram a juventude rural no século XXI e a educação no campo. A primeira palestra, ministrada pela Profa. Dr. Sueli Martins, do curso de Geografia da Unioeste de Francisco Beltrão, evidenciou como a sociedade trata o jovem, olhando para ele como um problema. A professora argumenta que, apesar de o jovem ser uma categoria ampla, há especificidades que os diferenciam, como o local onde moram, onde trabalham, horários a cumprir e, desse modo, não se analisam todos os jovens de maneira igual.
A professora Sueli destaca que, tanto fatores econômicos quanto culturais levam à saída do jovem do campo. E essa realidade só vai mudar a partir do momento em que o jovem ganhar voz e vez na sociedade, quando ele deixar de ser um problema e passar a ser uma solução. O jovem de hoje quer o melhor dos dois mundos, do conservador e do moderno. Ele procura lutar por isso, visto que quer viver sua vida.
A segunda palestra, ministrada pela professora Dr. Solange Von Onçay, da UTFPR de Dois Vizinhos, abordou o tema da educação no campo. Ela expôs as dificuldades de existirem escolas no campo, bem como a permanência de jovens nesses locais. A professora destaca que é necessário um grande trabalho para melhorar a qualidade de vida do agricultor, e é isto que motivará sua permanência no campo e o trabalho de forma mais digna.
A acadêmica do curso de Medicina Veterinária Malu Bassanesi, que esteve presente durante todas as palestras, conta o que mais chamou sua atenção durante o seminário: “o que mais me chamou atenção foi o incentivo dos palestrantes para que os jovens que saíram de casa em busca de um ensino superior voltem e apliquem em suas próprias propriedades o que aprenderam durante a sua formação. Mas, ao meu ver, não é tão simples assim. Não vim do interior da minha cidade, mas, pelo que percebo, nenhum jovem (no caso, um futuro veterinário) quer voltar para casa e ganhar o mesmo que uma pessoa que não tem diploma ganha para cuidar de animais.” Encerra dizendo que “um dos grandes objetivos de fazer uma boa faculdade, além da realização profissional, é ganhar um bom salário para ter lazer e qualidade de vida. Contudo, vai de cada um saber o que é melhor para si.
O acadêmico Tiago Fronchetti, também do curso de Medicina Veterinária, em conversa com o Comunica, dá a sua opinião a respeito do tema debatido: “tendo em vista a maneira como se encontra a situação financeira das pequenas propriedades rurais atualmente, é difícil dizer para alguém ficar no interior, principalmente os jovens.” Enfatiza ainda que a abertura da UFFS nessa região é uma excelente opção para a saída dos jovens do campo. “Com a formação superior, dificilmente alguém retornará ao campo. Como a região não tem grandes propriedades de terra, é inviável, por exemplo, um veterinário ficar em uma pequena propriedade rural.”
Além dos debates e discussões sobre a permanência da juventude no meio rural, também ocorreram palestras sobre relações de gênero e identidade, além da exposição de quadros com fotografias de Sebastião Salgado.
Na noite do dia 01, na Casa da Cultura, realizou-se a cerimônia de abertura do seminário com a fala do diretor do campus Prof. Dr. João Alfredo Braida, o qual elogiou o acontecimento desse seminário, visto que grande parte dos acadêmicos da UFFS são filhos de agricultores.
As palestras de quarta à noite discutiram assuntos que envolveram a juventude rural no século XXI e a educação no campo. A primeira palestra, ministrada pela Profa. Dr. Sueli Martins, do curso de Geografia da Unioeste de Francisco Beltrão, evidenciou como a sociedade trata o jovem, olhando para ele como um problema. A professora argumenta que, apesar de o jovem ser uma categoria ampla, há especificidades que os diferenciam, como o local onde moram, onde trabalham, horários a cumprir e, desse modo, não se analisam todos os jovens de maneira igual.
A professora Sueli destaca que, tanto fatores econômicos quanto culturais levam à saída do jovem do campo. E essa realidade só vai mudar a partir do momento em que o jovem ganhar voz e vez na sociedade, quando ele deixar de ser um problema e passar a ser uma solução. O jovem de hoje quer o melhor dos dois mundos, do conservador e do moderno. Ele procura lutar por isso, visto que quer viver sua vida.
A segunda palestra, ministrada pela professora Dr. Solange Von Onçay, da UTFPR de Dois Vizinhos, abordou o tema da educação no campo. Ela expôs as dificuldades de existirem escolas no campo, bem como a permanência de jovens nesses locais. A professora destaca que é necessário um grande trabalho para melhorar a qualidade de vida do agricultor, e é isto que motivará sua permanência no campo e o trabalho de forma mais digna.
A acadêmica do curso de Medicina Veterinária Malu Bassanesi, que esteve presente durante todas as palestras, conta o que mais chamou sua atenção durante o seminário: “o que mais me chamou atenção foi o incentivo dos palestrantes para que os jovens que saíram de casa em busca de um ensino superior voltem e apliquem em suas próprias propriedades o que aprenderam durante a sua formação. Mas, ao meu ver, não é tão simples assim. Não vim do interior da minha cidade, mas, pelo que percebo, nenhum jovem (no caso, um futuro veterinário) quer voltar para casa e ganhar o mesmo que uma pessoa que não tem diploma ganha para cuidar de animais.” Encerra dizendo que “um dos grandes objetivos de fazer uma boa faculdade, além da realização profissional, é ganhar um bom salário para ter lazer e qualidade de vida. Contudo, vai de cada um saber o que é melhor para si.
O acadêmico Tiago Fronchetti, também do curso de Medicina Veterinária, em conversa com o Comunica, dá a sua opinião a respeito do tema debatido: “tendo em vista a maneira como se encontra a situação financeira das pequenas propriedades rurais atualmente, é difícil dizer para alguém ficar no interior, principalmente os jovens.” Enfatiza ainda que a abertura da UFFS nessa região é uma excelente opção para a saída dos jovens do campo. “Com a formação superior, dificilmente alguém retornará ao campo. Como a região não tem grandes propriedades de terra, é inviável, por exemplo, um veterinário ficar em uma pequena propriedade rural.”
Além dos debates e discussões sobre a permanência da juventude no meio rural, também ocorreram palestras sobre relações de gênero e identidade, além da exposição de quadros com fotografias de Sebastião Salgado.
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