Por Yan Cleiton Bergozza (Agronomia/Erechim)
Sabe-se que a Universidade Federal da Fronteira Sul teve uma criação “improvisada” (aluguel e empréstimo de estrutura), mas com intuito de atender às demandas sociais regionais e de oferecer ensino público e de qualidade para os ingressantes. É importante fazer essa referência ao processo de construção da nossa universidade para que não haja ambiguidades em torno do assunto e para evitar que por ventura venham apontar críticas para uma “direção torta”.
O fato é que se passaram mais de três anos, desde que o projeto de lei de sua criação foi sancionado (15-09-2009), e os espaços físicos da Universidade continuam sendo os provisórios. Em Erechim, atualmente, os acadêmicos da UFFS contam com três locais distintos para frequentar as aulas – não acontece com todas as turmas, mas algumas chegam a frequentar os três locais durante a semana -, ressaltando que a biblioteca e o Xerox estão localizados na unidade provisória, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, gerando maiores dificuldades na rotina estudantil de quem tem aulas nos diferentes locais.
Em uma discussão sobre o tema “Universidade Popular”, no III Encontro Regional de Agroecologia, o vice-reitor da UFFS Antônio Inácio Andrioli comentou o fato de que a universidade previa estar em funcionamento nos campi definitivos ainda em 2012. Apesar do atraso, Andrioli disse avaliar as obras de forma positiva ao compará-la com a suposta maioria de obras públicas que sofrem um processo mais longo de finalização. Adicionado a isso, ele ressaltou a alta qualidade dos espaços físicos que estão em construção.
Dialogando com alguns estudantes de diversos cursos, obteve-se concordância em quase todos os aspectos. Para incorporar elementos ao texto, o acadêmico Micael M. Dutra, do curso de Agronomia, contribuiu para o debate com uma análise sobre a construção da Universidade Federal da Fronteira Sul:
“A Universidade Federal da Fronteira Sul implantada em Erechim para atender às demandas da Região do Alto Uruguai, passa por um processo de implantação, desde 2010, de suas estruturas definitivas que se encontram em fase de construção. Foram disponibilizados oito cursos, sendo três diurnos e cinco noturnos, e o uso das estruturas do Seminário Nossa Senhora de Fátima nos anos iniciais da Universidade garantiram, além de estrutura, a localização apta a receber alunos com a maior brevidade possível ainda em 2009. Decorridos três anos após o início das atividades de aula, ingressaram na UFFS-Erechim aproximadamente 1.200 estudantes, e o fato é que se criou certo comodismo entre os acadêmicos em reivindicar a remoção para o campus definitivo. O que agrava a necessidade de uma pressão por parte do movimento estudantil e mesmo por outros setores da UFFS é que neste sétimo semestre estão acontecendo aulas em três espaços diferentes – Escola Érico Veríssimo, Escola José Bonifácio, e Seminário – o que tem dificultado a vida dos estudantes da UFFS, quanto ao deslocamento, quanto à assessoria da UFFS e outros seguimentos que não foram preparados e não estão nestes espaços para auxiliar os estudantes. E, além disso, a comunidade da UFFS entra em um processo de comodismo, devido algumas facilidades que temos em morar no centro urbano, mascarando a preocupação a respeito da data para a mudança para o campus definitivo bem como debater estruturas para o mesmo.”
Como se percebe, essa opinião estudantil expressa críticas à universidade pela falta de espaços definitivos, bem como uma clara autocrítica relatando a falta de reivindicações.
A universidade – âmbito estrutural, didático e de conhecimento - é construída justamente a partir dos debates que são gerados entre os estudantes e entre os outros diversos setores universitários. Portanto, tendo clareza da importância da existência da UFFS para além da vida acadêmica e para a região do Alto Uruguai Rio Grandense, reafirma-se a necessidade de discutir os temas relativos à estrutura atual universitária focando o progresso das construções e a qualidade de ensino que é composta por muitos elementos – não somente “sala de aula, professor e aluno”.
"sala de aula" da tríade citada em uma estrutura definitiva significa, lugar para alimentação, estudo fora de sala, locais de espera e abrigo de transporte, local para que o JUFFS aconteça...Porque no centro as comodidades já estão instaladas, mas fora da cidade tudo isso precisa ser criado. E há quem diga que turmas podem se formar e o definitivo não estará completo ainda. Porque para está sendo bem feito e bem pensado, definitivo para todos os que passarem por alí.
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